Resumo da operação no Rio Madeira:
Número de dragas destruídas em operação contra garimpo ilegal no Rio Madeira chega a 71. A ação da PF, PRF e Força Nacional segue entre Manicoré e Humaitá com acompanhamento do MPT e MTE
Até o início da tarde desta segunda-feira (15), a Polícia Federal informou que 71 dragas foram destruídas durante a Operação Boiuna, realizada contra o garimpo ilegal no Rio Madeira, no Sul do Amazonas.
A ofensiva federal ocorre após uma manhã de tensão em Humaitá, onde a destruição das primeiras dragas gerou confronto entre agentes de segurança e moradores. A operação, que começou por volta das 7h, levou dezenas de garimpeiros e curiosos à orla da cidade, resultando em uso de gás lacrimogêneo e balas de borracha pela Polícia Federal para dispersar a multidão.
De acordo com a PF, equipes formadas por policiais federais, policiais rodoviários federais e agentes da Força Nacional de Segurança Pública cumpriram ordem judicial expedida pela Justiça Federal do Amazonas para a destruição das embarcações utilizadas na extração ilegal de minérios.
A Polícia Federal informou que a operação acontece no leito do rio, entre os municípios de Manicoré e Humaitá (AM). A ação integra os trabalhos iniciados em 2023 para combater a mineração ilegal na região. Neste ano, a novidade é a atuação conjunta de diversas forças de segurança pública, sob coordenação do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI Amazônia) e do Poder Judiciário. O CCPI Amazônia, foi recém inaugurado pelo Governo Lula, em Manaus no dia (9/9). A Cerimônia contou com a presença do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, e da vice-presidente do Equador, Maria José Pinto. De acordo com Lula, o Centro terá papel central no combate a crimes ambientais, tráfico de drogas, armas e pessoas.
A operação no Rio Madeira ainda conta com a presença de servidores do Ministério Público do Trabalho (MPT) e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) acompanham a operação para adotar providências relacionadas às condições precárias de trabalho dos garimpeiros encontrados nas balsas.
Uma ação desproporcional
As criticas surgem de todos os lados, vindo do Congresso Nacional até a Câmara de Vereadores de Humaitá. Os discursos de indignação não se direcionam a missão das forças policiais de coibirem a ação de garimpagem ilegal na região do madeira, mas a forma com que esta ação foi empregada, parecendo pratica de guerra.
O que muitos questionam é a coincidência de justamente no momento que o Governo Lula anuncia a venda do Rio Madeira a iniciativa privada, surgem este tipo de operações que visam retirar com a máxima urgência as balsas e flutuantes daquela região.
O Senador por Rondônia, Marcos Rogério, falou em suas redes sociais que que a ação da PF, no rio Madeira ultrapassou todos os limites. “Se há ilegalidade, que se apliquem sanções dentro da lei. Mas destruir casas balsas com explosivos é um ato que vai muito além, causa mortandade de peixes, polui a água que abastece as comunidades ribeirinhas, destrói o patrimônio de milhares de famílias e aprofunda a crise social e econômica da região. É dever do Estado agir com responsabilidade, sem transformar a lei em instrumento de destruição. Minha posição é clara, combater o ilegal, sim. Punir quem erra, sim. Mas jamais à custa do meio ambiente e da vida de quem vive do Rio Madeira.” Destacou o Senador.
O vereador de Humaitá, Leoni Lemos de Almeida, também demonstrou sua indignação através de um vídeo e uma nota de repudio publicada em suas redes sociais.
NOTA DE REPÚDIO E SOLIDARIEDADE
O Vereador Leonir Lemos, publicou também um vídeo falando do ocorrido.
